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Cooperação é presente e será futuro: nós queremos negociações de ganha-ganha

Ao afirmar em minhas palestras que todos somos frutos da cooperação de dois estranhos, muitos se espantam. Mas, logo se dão conta dessa realidade quando eu explico que os dois estranhos são o óvulo e o espermatozoide, que, embora não se conhecessem, aproximaram-se, cooperaram entre si e uniram-se, formando assim uma vida. 

É isso mesmo, independente do tempo de relacionamento entre pai e mãe, o espermatozoide e o óvulo que geraram a sua vida nunca tiveram qualquer contato, e, mesmo assim, cooperaram entre si. Nosso corpo, para existir depende da cooperação. Cada órgão tem sua função específica, seja coração, pulmões, rins, fígado ou intestino, todos são importantes e cooperam para a plenitude da vida. 

E você, que, portanto, é fruto da cooperação entre dois estranhos, o quanto coopera com seus CONHECIDOS: familiares, colegas da equipe, amigos, enfim??? 

Mesmo que instintivamente, cooperamos com as pessoas com as quais nos relacionamos ao longo da vida, pois percebemos que JUNTOS SOMOS MAIS FORTES. Esta frase pode resumir o que acredito ser o cooperativismo, o qual, quando visto como um modelo de negócio, possibilita o desenvolvimento dos empreendedores, sobretudo dos pequenos, que, além de renda, ganham esperança, motivação, respeito, dignidade e autoestima. Ganham no presente e ganharão no futuro. 

As premissas do cooperativismo delatam sua importância para quem adere a essa prática: identidade de propósitos e interesses; ação conjunta, voluntária e objetiva para coordenação de contribuição e serviços; e obtenção de resultado útil e comum a todos. Fazendo uma analogia, eu comparo uma cooperativa a uma equipe de canoagem, em que seus integrantes, a bordo da embarcação, remam na mesma direção, com intensidades parecidas, e recebem os louros da vitória ao finalizar o percurso. As diferenças mais significativas nessa comparação são que, no mundo do cooperativismo, percursos são metas e o fato de atingi-las não significa que se alcançou um ponto final. 

O cooperativismo me encanta pelo seu viés colaborativo e seu senso de justiça, proporcionando uma relação em que todos recebem os resultados de forma igualitária, tendo seus lucros aumentados conforme a produtividade de cada um dos cooperados. 

Outra questão que considero relevante acerca deste modelo de negócio é a sua vocação de dar melhores oportunidades AOS HOMENS E MULHERES do campo, os quais, agindo sozinhos, certamente não teriam condições de aumentar suas rendas. A atuação das cooperativas AGROINDUSTRIAIS é de suma importância para o desenvolvimento sustentável do agronegócio em todo o Brasil, mantendo o produtor no campo quando lhe viabiliza crescimento econômico, num ambiente socialmente justo e ecologicamente correto. 

O papel da mulher no cooperativismo 

Desde o século passado a participação da mulher tem aumentado nas cooperativas e, cada vez mais, vem se destacando. Atualmente, as mulheres que antes, na sua maioria, só cuidavam dos afazeres domésticos, deram espaço para as mulheres empreendedoras, que participam efetivamente das atividades econômicas de suas famílias, tomando decisões ou ajudando a decidir e, principalmente, contribuindo para a definição dos objetivos das cooperativas. 

Hoje, existem cooperativas formadas quase que exclusivamente por mulheres. Um exemplo é a Cooperativa de Mulheres Agricultoras e Artesãs de São Ludgero, em Santa Catarina, que reúne 23 famílias e produz panificados, bolachas, feijão, doces, salgados, polpas de frutas, hortaliças em geral e peixes. O que parecia um sonho, hoje é realidade. 

Olhando para o futuro, é fácil prever um cenário em que o cooperativismo se tornará um importante instrumento na definição dos princípios e rumos de uma nova era econômica, mais promissora para famílias e empreendedores do campo e da cidade que cooperem entre si, sempre atuando com uma mentalidade voltada ao desenvolvimento sustentável, ou seja, em que todos ‘ganham-ganham’. 

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